Armando
Santos
(Armando Antônio dos Santos)
Nasceu no dia 23 de agosto de 1915, em Bento Ribeiro, de onde saiu ainda bebê para Água Santa. Quando tinha 4 anos, a família mudou-se para Madureira. Casou-se em 1937 e em 1940 foi levado para a Portela, por Juca Redondo. Na ocasião, seu Armando já havia gravado duas composições: “Não devemos zombar” e “Minha sorte”. Foi parceiro de Augusto Lima, pai do compositor Jorge Benjor. É autor de “A maldade não tem fim”, incluída no primeiro disco da Velha Guarda da Portela, e de “Em primeiro lugar”, parceria com Chico Santana. Segundo Carlos Monte e João Baptista M. Vargens, em A Velha Guarda da Portela, em depoimento, Armando Santos afirmou ser autor de “Tudo azul”, em parceria com Júlio da Piedade.
Trabalhou durante muitos anos em uma companhia exportadora de café, onde exerceu a função de provador e classificador. Sempre bem remunerado, teve uma vida tranquila. Consagrou-se na Portela como dirigente.
Em 1953, quando era presidente da escola, teve muita dificuldade para apresentar o carnaval. Somente no dia do desfile conseguiu baterias que gerassem energia para a iluminação dos painéis que ilustrariam o enredo “As seis datas magnas”. Naquele ano, introduziu os tripés no desfile das escolas de samba. Foi um desfile magnífico e a Portela obteve nota máxima em todos os quesitos. Como resultado do desfile de 1952 havia sido anulado, por impugnação da Império Serrano, ficou decidido que o vencedor do carnaval de 1953 seria automaticamente o campeão do ano anterior. Por isso, os portelenses festejam a vitória daquele ano como o carnaval dos 400 pontos, multiplicando por dois o total de 200 pontos obtidos na apuração.
Participou do primeiro disco da Velha Guarda e durante a década de 1970 apresentou-se com o grupo. Depois, preferiu organizar os veteranos da escola, abrigando-os na antiga sede, a Portelinha. Reformou o prédio, que estava em situação deplorável, com a ajuda de Dib do Salgueiro, que conseguiu o patrocínio da aguardente Praianinha.
Armando Santos criticou com veemência os rumos trilhados nos últimos anos pela Portela e afirmava que as escolas hoje vivem das glórias do passado e a Velha Guarda “resiste pela força de suas músicas”.
Armando Santos faleceu no ano de 29 de agosto de 2001.
Fonte: VARGENS, João Baptista M; MONTE, Carlos Monte. A Velha Guarda da Portela. 2. ed. Rio de Janeiro: Manati, 2004.
